Tal como
acontece com o desenvolvimento ocasional e incontrolado (blooms) de plâncton
nos ambientes aquáticos, ou de outras comunidades pouco perceptíveis em escalas
reduzidas, também o crescimento e a exposição dos elementos antes ignorados
numa paisagem cria desafios e reflexões diferentes na linguagem do holismo.
Especialmente na pintura, as opções estéticas do ordenamento dos espaços
disponíveis numa tela têm significados sensíveis consoante a dimensão.
Um
aspecto crucial do holismo é, então, a escala de observação de um objecto, de um
elemento particular, ou de uma paisagem, podendo em cada nível de análise seleccionar o essencial e abdicar do acessório. Ou pode agrupar, criar novas
formas que realcem os perfis desejados e os volumes do conjunto. São esses os
fundamentos da BloomArt que evoca
os (des)equilíbrios sensíveis que sobressaem em escalas convergentes.
No trabalho de concepção (ainda que permanentemente imaterializável em todas as complexidades), registam-se esboços, linhas de força, limites espaciais,
mais ou menos instáveis nas suas posições e tamanhos. Neste aspecto estrutural,
não há diferenças da BloomArt, enquanto via do holismo, relativamente a outras
escolas ou áreas artísticas, relevando que, para todos, se impõe hoje a maior
capacidade dos suportes técnicos que alicerçam novas visões e utopias. Em todo o caso, nunca o
trabalho manual ou digital deve limitar a criatividade e a imprevisibilidade,
uma vez que os procedimentos de programação são eles próprios indissociáveis do
seu autor e do que ele constrói em todas as etapas da realização do produto
artístico.
É essencial valorizar o espaço
para a concepção ideológico-teórica da obra, do processo que a envolve, da própria acomodação dos desvios de percurso, como sejam os
acasos e os impulsos incontroláveis que, a todo o momento, lhe atribuem novas
singularidades,… grande parte delas relacionadas com a dimensão e a capacidade de intuir o que os olhos vêem e o que não vêem.