segunda-feira, 18 de abril de 2016

segunda-feira, 28 de março de 2016

Bloom Art


Tal como acontece com o desenvolvimento ocasional e incontrolado (blooms) de plâncton nos ambientes aquáticos, ou de outras comunidades pouco perceptíveis em escalas reduzidas, também o crescimento e a exposição dos elementos antes ignorados numa paisagem cria desafios e reflexões diferentes na linguagem do holismo. Especialmente na pintura, as opções estéticas do ordenamento dos espaços disponíveis numa tela têm significados sensíveis consoante a dimensão.
Um aspecto crucial do holismo é, então, a escala de observação de um objecto, de um elemento particular, ou de uma paisagem, podendo em cada nível de análise seleccionar o essencial e abdicar do acessório. Ou pode agrupar, criar novas formas que realcem os perfis desejados e os volumes do conjunto. São esses os fundamentos da BloomArt que evoca os (des)equilíbrios sensíveis que sobressaem em escalas convergentes.
No trabalho de concepção (ainda que permanentemente imaterializável em todas as complexidades), registam-se esboços, linhas de força, limites espaciais, mais ou menos instáveis nas suas posições e tamanhos. Neste aspecto estrutural, não há diferenças da BloomArt, enquanto via do holismo, relativamente a outras escolas ou áreas artísticas, relevando que, para todos, se impõe hoje a maior capacidade dos suportes técnicos que alicerçam novas visões e utopias. Em todo o caso, nunca o trabalho manual ou digital deve limitar a criatividade e a imprevisibilidade, uma vez que os procedimentos de programação são eles próprios indissociáveis do seu autor e do que ele constrói em todas as etapas da realização do produto artístico.
É essencial valorizar o espaço para a concepção ideológico-teórica da obra, do processo que a envolve, da própria acomodação dos desvios de percurso, como sejam os acasos e os impulsos incontroláveis que, a todo o momento, lhe atribuem novas singularidades,… grande parte delas relacionadas com a dimensão e a capacidade de intuir o que os olhos vêem e o que não vêem.

sábado, 23 de janeiro de 2016