sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Projectos colectivos e arte pública

Nos últimos anos, a vida académica não tem permitido que eu participe, tanto quanto desejaria, em acções colectivas da comunidade artística, vista numa perspectiva de realizações úteis, solidárias, ou com finalidades verdadeiramente importantes em termos económicos e sociais.
Também aqui me faltam inúmeros registos de momentos passados que poderei eventualmente completar com o apoio das instituições onde se realizaram os eventos. Pelo menos, em relação a algumas iniciativas de referência.


Tríptico (Câmara Municipal das Velas - Açores)

1993 - Átrio da Câmara Municipal das Velas (Açores), pintado por João Ricardo, Mário Silva e José Ribeiro (da esquerda para a direita), em perfomance de arte ao vivo (300cmX200cm). Técnica mista s/ painel de MDF.


Culturas e etnias

1995 - Acrílico s/ MDF (200cmX120cm). 
Colégio de Monte Redondo.


Arte na escola

1995 - Acrílico s/ MDF (140cmx250cm).
Pintura conjunta de João Ricardo e José Ribeiro.
Escola Secundária Dr. Joaquim de Carvalho


Temas do mar - Baleia

1996 - Acrílico s/ MDF (80cmX60cm). Buarcos.


Temas do mar - Sereia

1996 - Acrílico s/ tela (100cmX70cm). Buarcos (realizada serigrafia).


100 anos de cinema - Efeitos especiais

1997 - Acrílico s/ MDF (150cmX100cm). Comemoração dos 100 anos de cinema pelo Museu Municipal da Figueira da Foz.
D RS


As memórias de Cristo

1998 - Acrílico s/ MDF (70cmX50cm). Arte ao vivo no quartel da EPST da Figueira da Foz (Festa anuas das artes).


Timor 1999

1999 - Óleo s/ tela (100cmX100cm). Noite de arte ao vivo na Praça da Europa, Figueira da Foz, numa iniciativa do movimento de solidariedade para a independência de Timor Leste.


Prematuro

2000 - Óleo s/ tela (80cmX100cm). Arte ao vivo no Colégio de Quiaios.


Mamselle

2000 - Óleo s/ tela (100cmx80cm).
Escola Secundária Dr. Joaquim de Carvalho (semana cultural da Filosofia)


Vouzela

2000 - Óleo s/ tela (60cmX80cm). Festas do concelho de Vouzela (pintura ao vivo).


Buarcos

2001 - Óleo s/ tela (130cmX100cm). Arte ao vivo em Buarcos.


Sol da Figueira

2001 - Acrílico s/ MDF (200cmX150cm). Arte ao vivo na Figueira da Foz.


Ameaça aos campos do Mondego

2003 - Óleo s/ tela (80cmX60cm). Arte ao vivo para angariação de fundos para a Comissão Anti-Aterro Industrial de Maiorca.


Peixe insólito

2004 - Técnica mista s/ tela (100cmX80cm).
Escola Secundária Dr. Joaquim de Carvalho (semana cultural da Filosofia)


Com candidatura aprovada por programa de embelezamento e humanização dos espaços escolares (DGES), foi possível realizar um "memorial ao Prof. Dr. Joaquim de Carvalho", na escola que tem o seu nome como patrono. Este projecto teve concepção estrutural paisagística do Arquitecto Jorge Borges, sendo eu o autor do busto (somos ambos professores desta escola).
Com as recentes obras de alteração de todo o espaço escolar, foi destruída a estrutura do memorial, ficando o busto de Joaquim de Carvalho como único registo de todo o conjunto.


Busto de Joaquim de Carvalho (fase de elaboração)

2002 - Acabamentos escultóricos em barro vermelho (50cmX60cm). Observam-se algumas fontes de informação sobre as características fisionómicas de Joaquim de Carvalho


Busto de Joaquim de Carvalho (final)

2002 - Busto definitivo, em bronze, pertencente à fachada do memorial (50cmX60cm).



Vista parcial do actual enquadramento do busto de Joaquim de Carvalho com a fachada principal da Escola Secundária Dr. Joaquim de Carvalho (2012).



Confesso que não tenho especial admiração ou interesse por algumas realizações importadas que adulteram as nossas tradições e criam momentos quase paradoxais, em termos sociais e culturais. O Carnaval "brasileiro" que se apropriou do nosso inverno é disso um exemplo concreto.
Daí que não tenha sentido especial empolgamento quando a Comissão do Carnaval de Buarcos convidou o pintor Zé Penicheiro a realizar o conjunto principal dos carros do corso, em 1998, tendo este estendido o convite a mim e ao João Ricardo, uma vez que, nesse tempo, estávamos numa fase de realizações partilhadas.
Como era ano da Expo 98 e o Carnaval foi subordinado ao tema "oceanos", pensei que podia bem ser uma oportunidade de dar um cunho mais português às peças principais do desfile, ao mesmo tempo que, aceitando um desafio absolutamente novo, punhamos à prova a nossa capacidade para contruirmos obras de grande envergadura em tempo reduzido.
Ao todo, a nossa equipa (Zé Penicheiro, João Ricardo e José Ribeiro) desenhou 13 cargos e interveio em quase todos de forma completa, ou para introduzir os elementos principais.
Desse desafio que constituiu um gozo e um frenesim de criatividade, deixo algumas imagens de percurso.


Pormenor do sector do estaleiro onde realizei as grandes esculturas, a partir de blocos compactos de esforovite própria para estes trabalhos. Como se observa, o principal problema enfrentado foi o da poluição atmosférica com micropartículas persistentes.




Fases de realização de cavalos-marinhos com 3 metros de altura



Escala de um trabalho realizado "à vista" que exige pormenores e acabamentos quase plasmados, mas onde as deficientes condições técnicas foram um obstáculo permanente.



Os dois cavalos-marinhos já concluídos da parte escultórica, sendo de realçar a simetria de formas alcançada



As mesmas peças com os acabamentos finais de pintura



Pormenor do carro (barco) do Rei e da Rainha do Carnaval98 com os dois cavalos-marinhos na proa



Para esse corso de 1998 realizei várias outras peças escultóricas, relevando os 4 golfinhos com mais de 2 metros cada, integrados no designado "carro dos oceanos", ou o "pirata" lusitano (cerca de 2,5 metros) do barco dos corsários.





Em 2005, veio o pedido para nova intervenção no Corso figueirense.
Desta vez os objectivos não eram tão grandiosos como os de 1998. No meu caso, estava muito limitado na capacidade de contribuir para o projecto, pois encontrava-me na fase mais crítica do projecto de investigação para doutoramento que havia iniciado em 2000 e que viria a concluir em 2007.
Em todo o caso, sobre a chapa original dos carros desenhados por Zé Penicheiro, eu e o João Ricardo interviemos sobretudo no sentido de valorizar os reflexos de luz e cor e as transparências que as formas e dimensões sugeriam. Era necessário introduzir exuberância no conjunto.
Deixo um exemplo do resultado obtido.